Cultura hip-hop comanda A Quebrada É Boa, evento realizando pelo Monarckas em Sapopemba

Atuante em Sapopemba, Zona Leste paulistana, há 20 anos – o grupo Monarckas realiza a quarta edição do evento A Quebrada É Boa, no dia 23 de junho, domingo, na Quadra da 70 (Av. Prof. Luiz Ignácio Anhaia Mello, altura do nº 7000), em Sapopemba, a partir das 15h. A programação contempla os quatro elementos do Hip-Hop – MC’s, DJ’s, Breaking e Graffiti. O acesso é gratuito: um convite aberto à toda a comunidade.

Além da apresentação musical dos integrantes do Monarckas, Ronne Cruz, léo.malik e DJ Dablyo, as atrações convidadas são: DJ Erick Jay, MC Stefanie e MC Subzero. No graffiti, Lya Nazura cria uma obra temática durante o evento. E na dança, ocorre uma vibrante batalha de breaking com os integrantes do Future K e convidados(as). O público também vai desfrutar de vivências e oficinas de graffiti, DJ, MC e breaking, ministradas pelos artistas envolvidos na programação, sendo todos eles atuantes na Zona Leste.

Movimento que alia arte e resistência, A Quebrada É Boa reúne a comunidade para celebrar a arte periférica, onde cada um contribui com a ferramenta que tem, para mostrar que coisas boas estão também na quebrada. “Queremos desmistificar a nossa região como um lugar lembrado só pela violência. As pessoas que vivem em Sapopemba, ou em qualquer outra periferia, merecem respeito, e arte e cultura, porque existe efervescência cultural e muita gente que faz do Sapopemba um lugar que vibra na arte”, declara o DJ Dablyo. O lema do Monarckas está na letra da música do grupo “Pense em Si”: “Não fique parado esperando acontecer, seja a mudança que deseja ver”. O Ronne Cruz declara: “A Quebrada é Boa traduz a mudança que desejamos ver na nossa quebrada”.

A Quebrada é Boa teve início, em 2013, quando os integrantes notaram a urgência de ir além do fazer artístico, de realizar shows. “Era preciso introduzir na comunidade ações afirmativas cotidianas para ocupar a lacuna deixada pela falta de acesso aos bens culturais permanentes em nosso território. Para isso, lançamos mão da ferramenta que transformou nossas vidas: o movimento hip-hop”, comenta Ronne Cruz. Periodicamente, o Monarckas passou a realizar shows itinerantes com vivências e oficinas de MC, DJ, graffiti e breaking, além de deixar o microfone aberto para quem desejasse recitar poemas ou mostrar músicas em pontos de difícil acesso das ruas, becos e vielas do região. O objetivo do projeto é ser um elemento transformador; propiciar o desenvolvimento pessoal e comunitário, construindo pontes entre o conhecimento e o bem viver de crianças, jovens, adultos(as) e idosos(as) do Sapopemba, além de estimular a prática da cidadania e uma nova abordagem das narrativas, tirando-as do círculo vicioso da sociedade que transborda desigualdades sociais nas periferias. “Com A Quebrada é Boa conseguimos notar uma gama de saberes na territorialidade ‘minha quebrada’, que explora o melhor do seu viés artístico-cultural, onde os residentes tem muito a oferecer”, finaliza o MC léo.malik.

O próximo e último encontro do atual projeto acontece no dia 14 de julho, na Praça do Botafogo, às 18h. A realização de A Quebrada é Boa pelo grupo Monarckas, em 2024, foi viabilizada pela 20ª Edição / 2023 do Programa VAI – Programa para a Valorização de Iniciativas Culturais, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.

Grupo Monarckas – Fundado em 2003, o nome do Monarcas foi inspirado pelo verso “Não faz mal que seja pouco, o que importa é que o avanço de hoje seja maior que os de ontem e que nossos passos de amanhã sejam mais largos que os de hoje”, do poema Brasil, Seja Monarca do Mundo, de Daisaku Ikeda. A história começou com Ronne e Dablyo, que se conheciam por grupos que integraram. Posteriormente, juntaram-se com Audiocombo, Diazz e Cello, um importante período de diversidade musical do Monarckas com lançamento de um disco, shows e programas de TV. Após esse período, os três seguiram com seus projetos, e a dupla de fundadores manteve o Monarckas relevante na cena até a chegada de léo.malik trazendo lirismo e conteúdo, resultando em muitas músicas, videoclipe e rádio com a música Lado Lost que mostrou o Monarckas para o Brasil, em 2022. O Monarckas já dividiu palco com Arnaldo Antunes, Emicida, Otto, Nação Zumbi, Criolo, Doctor MC’s, Rappin’ Hood, Rael, MC Marechal, Sampa Crew, Edi Rock e DJ Kl Jay (Racionais MC’s), SNJ e MV Bill, entre outros. Lançamentos: coletânea Singela Homenagem (2010); EP Tocadiscos e Microfones (2013); singles: A Febre (part. Doctors MC’s, 2015); Leste É o Lado (2016), Lado Lost (2017), Minha Brisa (part. Bocato e Priscila, 2018), 011 Capital (2019), Minha Brisa (2022) e Sapopemba É o Lugar (2022). O grupo também desenvolve trabalho social e cultural contínuo na região do Sapopemba: palestras nas escolas públicas sobre como se tornar um valor na sociedade a partir do lugar que se encontra; oficinas de poesias gratuitas nas escolas. A particularidade de sua atuação está em aliar os elementos da música rap com criatividade e ousadia: riscos, instrumentais de peso, trechos musicais garimpados com atenção, boa vibração e temas variados fazem de sua estética uma arte singular.

DJ Erick Jay – Erick Garcia, o DJ Erick Jay, nascido na Zona Leste de São Paulo, atuante no hip-hop, desde 1991, é conhecido mundialmente, sendo o DJ mais premiado na América do Sul (12 títulos nacionais e 5 mundiais) em campeonatos. Trabalhou com nomes do rap nacional como MV Bill, Black Alien, Dexter, Pregador Luo, Xis e Kamau. Junto com o Black Alien tocou em shows e festivais como Lollapalooza, Rock The Mountain, Mita, Faixa Preta, Encontro das Tribos, Coala Festival, Planeta Brasil, Festival Timba, Wohoo Festival e outros. Erick Jay já se apresentou em países como Irlanda, Inglaterra, Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia, Polônia e Rússia. Por 10 anos, assumiu o posto de DJ residente no programa Manos e Minas (TV Cultura). Em 2024, foi homenageado pela Escola de Samba Vai-Vai.

MC Stefanie – Ela rima, ela compõe! Stefanie é a MC com levada e métrica peculiares que se destaca não apenas por ser uma mulher negra no movimento hip-hop, mas principalmente pela sua qualidade musical. Nascida e criada em Santo André, foi influenciada pela militância política de consagrados grupos de rap dos anos 1990 e, em 2004, decidiu ousar e criar a sua versão da história. Stefanie participou de projetos de destaque como o grupo Rap Simples e o coletivo Pau-de-dá-em-doido. Sua arte, sem rótulos, é referência e transborda atitude. Ao longo da carreira, abriu shows de artistas como De La Soul (USA), Talib Kweli (USA), Pharoahe Monch (USA), Hieroglyphics (USA), Yara Bravo (SWE), DJ Jazzy Jeff (USA), Black Alien e outros. Atualmente, faz parte do casting de artistas da JAMBOX, do grupo Rimas e Melodias e trabalha na carreira solo. Ativa nas redes sociais, prepara lançamento de seu primeiro EP.

Subzero – José Carlos Pereira Silvia (Carlos Subzero), 47 anos, Subzero é MC, produtor musical, compositor, interprete e beatmaker. Atuante, desde 1993, cresceu na periferia de São Paulo, no bairro Sapopemba (Conjunto Habitacional Teotônio Vilela). Iniciou carreira, em 1992, com o coletivo E4-Posse e o grupo Tributo Negro, que no ano de 1994 se tornou o 6º Sentido, do qual é membro e fundador. Participou do projeto Rap Brasil, do Mês do Hio-Hop e dos eventos Rio-hop Cultura de Rua, entre outros, apresentando-se ao lado de nomes importantes da cena.

Future K – Future K é um coletivo de jovens, formado nas aulas sócio- culturais de danças urbanas ministradas no CEDECA Sapopemba, em 2013. O grupo é constituído por jovens estudantes de dança e artes (graffiti) que, em suas apresentações e vivências no hip-hop, buscam o aprimoramento de suas habilidades corporais e do conhecimento nas diversas áreas. Além de oficinas e apresentações, o coletivo atua também com produção de eventos da cultura hip-hop. Guilherme Tavares – B.boy Vulkão, produtor musical, grafiteiro e integrante do Future K, realiza oficinas e workshops de Breaking. Duda Pimentel – B.girl Duda, educadora social, atriz, estudante de Letras e integrante do Future K.

Lya Nazura – Lya Nazura, formada em Comunicação Visual e Artes Visuais, é artista multidisciplinar, arte-educadora e pesquisadora, residente da Zona Leste, com foco conceitual no pensamento decolonial e perspectiva afrofuturista. Entre Seus trabalhos, destaque para: Nazuri (ocupação – RedBull Station), Síntese (curta-metragem que dirigiu), Ilustrações (para Seda, Emicida e Editora Literatura, Netflix, Spotify e Sony Music). Desenvolve pesquisa sobre a representatividade negra nas histórias em quadrinhos (palestras no Sesc 24 de Maio, Sesc Registro e Perifacon). Integra o time de Creator do projeto Converse X, da Converse no Brasil, e gerencia o Coletivo Morfose (cinema experimental da Zona Leste de São Paulo.

SAE Herbert de Souza (parceria): O SAE Herbert de Souza – Betinho, da Secretaria Municipal da Saúde, Coordenadoria de IST/AIDS e Supervisão Técnica de Saúde Vila Prudente/Sapopemba, no dia do evento, disponibilizam agentes de saúde que realizam distribuição de material informativo de prevenção às IST(s), HIV/AIDS e de insumos de prevenção (preservativos e géis lubrificantes) para a população, além realizar testagem na população.

A Quebrada é Boa, pela produção Pião Produções Artísticas – Nas ruas de Sapopemba, onde o sol acaricia o asfalto e os sonhos dançam ao vento, nasce A Quebrada é Boa, um projeto em movimento, tecido pelas mãos do grupo Monarckas. Neste palco de concreto, o Hip Hop se torna o fio condutor de uma jornada onde os quatro elementos dançam em harmonia. O microfone ecoa como um trovão, as rimas fluem como água cristalina, os passos de dança são como folhas ao vento, e os grafites são as cores que pintam os sonhos nas paredes cinzentas. A Quebrada é Boa é mais do que um evento, é um altar onde a comunidade se reúne para celebrar a vida, a arte e a resistência. Cada batida é um coração pulsante, cada verso uma história contada, cada passo uma dança de liberdade. É um convite para todos, das crianças aos mais velhos, para se juntarem e serem parte desse espetáculo de amor e união. A Quebrada é Boa seja sempre o eco dos sonhos que voam alto, das vozes que se levantam e das mãos que se unem, erguendo-se como um hino de esperança nas ruas de Sapopemba.

EQUIPE – Fotografia: Mateus Silva. Vídeos: Lucas Clarity. Arte gráfica: Mattenie. Roadie: Beto Premier. Técnico de som: Madzoo Produção artística: léo.malik e Dablyo. Produção executiva e administrativa: Pião Produções Artísticas. Assessoria de imprensa: Verbena Comunicação. Parceria: SAE Herbert de Souza. Idealização: Monarckas e Pião Produções Artísticas. Realização: Programa VAI – Programa para a Valorização de Iniciativas Culturais, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.

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